quinta-feira, 23 de dezembro de 2010


LOBOTOMIA


Watts Freeman traz a primeira intervenção psicocirúrgica chamada de Lobotomia. Onde anos depois Egas Monis traria outra técnica, chamada leucotomia, que fora muito usada nos manicômios brasileiros

A cirurgia consiste na retirada de uma parte do cérebro afim de sanar surtos psicóticos, agressividade e convulsões

Mais especificamente, desligar os lobos esquerdo e direito do resto do encéfalo.

A diferença entre Lobo e Leucotomia, é o fato da Leucotomia ser uma intervenção feita apenas na massa branca, e a Lobotomia é uma cirurgia qualquer no cérebro, ambas com intuito de extinguir psicoses.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Leucotomia

A leucotomia pré frontal consiste em extirpar tratos de fibras entre tálamo e o lobo frontal. Simplificando lobotomia é o corte da massa branca encefálica.


Na tentativa de curar doentes mentais, reduzindo a psicose, depressão severa, comportamento violento ou obsessivo-impulsivo, agitação crônica ou angústia, esse meio resultou melhora em apenas um terço dos pacientes, os demais, permaneceram ou pioraram após a intervenção cirúrgica.


Foi a primeira psicocirurgia, praticada pela primeira vez em 1935, criada pelo português Antonio Caetano de Abreu Freire Egas Moniz

segunda-feira, 8 de março de 2010






Perfurações cerebrais(vítimas que sobreviveram após acidente)





Phineas Gage



Ahad Israfil (Após ato cirurgico)


Isidro Mejia



Emerson Oliveira Alves

Isidro Mejias


Apesar de todo o estrago feito pelo disparo acidental de uma máquina injetora de pregos de alta pressão, o operário da construção civil Isidro Mejias, de 39 anos, não sofreu gaves danos aparentemente.

A cirurgia para a retirada de cinco pregos, que se introduziram em seu crânio, atingindo o cérebro, foi realizada no último dia 19 de abril de 2004 pelo neurocirurgião Ragael Quiñonez no Hospital Providence Holy Cross Medical Center, felizmente ocorreu tudo bem.

Quando abriu os olhos e viu a equipe médica ao seu redor, Mejia ficou muito feliz e disse que estava contente por estar vivo e que, no momento do acidente, em desespero, havia pensado que iria morrer.
O neurocirurgião Quiñones, explicou que um dos pregos havia atravessado a espinha e atingido a garganta. O sexto prego só pôde ser removido, depois que o inchaço diminuiu.
Com o passar dos tempos sua visão foi afetada, assim como a fala e a audição. Alegremente cito que sua área cerebral correspondente pela razão está intacta.

Ahad Israfil


Em 1987 um acidente no trabalho arrancou metade do cérebro de Ahad que foi levado às pressas ao hospital onde foi submetido à uma cirurgia que durou 5 horas.
Os médicos foram capazes de preencher o espaço que sobrou com um bloco de silicone e a pele foi puxada e logo o cabelo cresceu em volta, dando-lhe uma aparência normal.
Quando ganhou consciência, o doutor ficou espantado,pois Ahad conseguia falar.
O ferimento destruiu parte de seu cérebro e metade de seu crânio, mas a força de vontade somada com a sorte, fez com que Ahad continuasse a levar a vida normal, embora necessite de uma cadeira de rodas, tem demonstrado melhorias em sua parte motora.

domingo, 7 de março de 2010


Emerson Oliveira Abreu


Enfim encontrei alguns casos semelhantes a de Gage. E o primeiro é do mergulhador Emerson Abreu de 36 anos, que sofreu um acíduo acidente na Bahia de Guanabara no Rio de Janeiro, aos vinte e oito dias do mês de março de 2009.

Emerson foi levado direto para a ala de emergência do Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias. Um arpão entrara em sua têmpora esquerda e quase lhe trespassara a cabeça. Havia 25 centímetros de aço alojados no interior de sua caixa craniana. Mesmo assim estava lúcido.

Só perdeu a consciência ao ser anestesiado para a retirada do projétil. Duas horas depois de uma complicada cirurgia neurológica, ele emergiu da anestesia para contar sua incrível história – e aparecer em fotos como a da abertura desta reportagem, feita na quinta-feira. Previa-se que ele teria alta do hospital no fim de semana.
Depois da cirurgia, Emerson, sua família, o amigo que praticava pesca submarina com ele, o médico que o operou e até o governador Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro Abreu ganha a vida fazendo reparos em cascos de navio e quase a perde ao praticar seu esporte favorito, a caça submarina. O arpão que o atingiu passou a 1 milímetro da carótida, a artéria que leva o sangue para o cérebro. Caso fosse atingido ali, ele dificilmente sairia da água com vida. A poucos milímetros de onde o arpão ficou alojado estavam também os nervos ópticos e a área responsável pelo olfato. Abreu continua vendo e sentindo cheiros como antes. Aparentemente, o arpão só deixou um coágulo.

. Abreu, além de sobreviver à perfuração do arpão, foi levado a um hospital público equipado com um moderno centro de imagens. Ali funciona um tomógrafo instalado graças a uma parceria recente entre os governos estadual e federal. O rapaz foi o primeiro paciente a fazer uso da máquina. Para que ele conseguisse entrar no aparelho, os bombeiros tiveram de serrar a parte do arpão que ficara para fora de sua cabeça. Se fosse levado a qualquer outro hospital público do Rio, as imagens do acidente viriam em uma radiografia em preto e branco, com prejuízo para o procedimento cirúrgico.
Até o momento Emerson aparentemente não apresenta sequelas.

sábado, 6 de março de 2010


Phineas Gage


Irei-lhes contar um pouco sobre a história de um ícone da psiconeurologia, que hoje em dia não muito divulgado.

Foi tudo muito rápido. Por volta das 16h30 de uma tarde quente de 1848, em Vermont, Estados Unidos, um acidente que durou alguns segundos fez de um capataz da construção civil uma das figuras chaves para a compreensão do cérebro humano.
Não foi, é claro, um acidente qualquer mas um daqueles que hoje valeria as manchetes dos programas populares. Phineas Gage tinha 25 anos e trabalhava no assentamento de trilhos na região de Cavendish, no auge da construção das ferrovias na América. É claro que havia pedras no caminho, rochas que obstruíam a passagem dos trilhos e precisavam sair dali. Para removê-las, Gage seguia um método cuidadoso: fazia um buraco na rocha para colocar pólvora, cobria-a com uma camada de areia, socava tudo com um cabo de ferro, acendia o rastilho, corria e pronto: a rocha explodia em uma nuvem de pedrinhas.
Naquela tarde do dia 13 de setembro, porém, Gage negligenciou um detalhe: a areia. Quando socou o bastão diretamente sobre a pólvora, uma explosão fez com que o ferro em forma de lança entrasse pelo lado esquerdo da sua face, atravessasse a base do crânio e saísse como um projétil pelo topo da cabeça. Acidente Horrível, foi a manchete do jornal Boston Daily Courier, uma semana depois da explosão. Com o título Passagem de uma barra de ferro através da cabeça, o artigo do Boston Medical and Surgical Journal da época relatava que, depois de cair no chão e sofrer convulsões, Gage recobrou a consciência e, em pouco tempo, voltou a andar e a falar como antes. Pela extensão da ferida e perda de massa encefálica, sua sobrevivência parecia impossível. Imagine a surpresa dos amigos quando ele retornou ao normal. Como se veria mais tarde, não tão normal assim.
Alguns meses após o acidente, os médicos e os amigos de Gage notaram algumas mudanças no comportamento dele. Conhecido até então como um trabalhador amigável, solidário e persistente, ele agora revelara-se insuportável com os colegas, além de caprichoso, arrogante e impaciente com as ordens dos superiores, comportando-se, às vezes, como uma criança birrenta. O acidente mudou até o seu linguajar: deixou de lado sua postura austera e respeitosa e passou a falar tanta baixaria que nenhuma mulher era recomendada a ficar perto dele. Demitido por indisciplina, passou a cuidar de cavalos em algumas propriedades sem jamais conseguir um emprego fixo. Chegou a tornar-se atração, de circo, mostrando para o público as marcas da ferida assim como o ferro que lhe atravessara a cabeça, no Museu de Barnum, em Nova York. O médico que acompanhava o caso, na época, dizia que o bastão passou a ser uma espécie de companheiro inseparável.
Depois de trabalhar algum tempo no Chile como cocheiro, voltou aos Estados Unidos para viver com a mãe em San Francisco, onde morreu no dia 21 de maio de 1861, aos 38 anos, sem direito a nenhuma nota no jornal.
Se não fosse por seu médico, doutor Harlow, o acidente seria esquecido. Indignado por não ter estudado o cérebro de Gage, ele pediu à irmã de Gage que o corpo fosse exumado para que o seu crânio preservado.
Apesar de o acidente ter sido há mais de 150 anos, até hoje o caso é usado por neurologistas para ilustrar como um dano físico no cérebro pode alterar a personalidade de uma pessoa. Num estudo recente na Universidade de Iowa, imagens computadorizadas mostraram que a área afetada pelo bastão foi o córtex pré-frontal camada externa do cérebro logo abaixo da testa, responsável por nossa capacidade de sentir emoções. Quando essa região é atingida, os neurologistas dizem que os pacientes se tornam indiferentes, distantes e passam a ter dificuldades para tomar decisões.